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Virtudes

Todos nós podemos ser virtuosos. Desenvolver qualidades como caridade, amor e honestidade, entre outras, é como cultivar uma planta desde a semente. Regando-a diariamente, ela criará raízes fortes e dará frutos que vão alimentar não só a nós, mas ao mundo inteiro.
As virtudes estão entre nós. E sempre estiveram. Do oriente ao ocidente, entre ricos e pobres, budistas e cristãos, judeus e muçulmanos, elas norteam as ações e o comportamento humano. Compaixão, solidariedade, bondade, coragem...Em cada época, em cada cultura, algumas são mais valorizadas, outras menos, acompanhando as transformações da sociedade. Reuni-las todas ao mesmo tempo, pode ser tarefa apenas 'a altura de alguém iluminado. Mas todos podemos desenvolver várias delas, com determinação. Assim, nos tornamos mais fortes, equilibrados, doces. Mais humanos, enfim.
As virtudes fazem a diferença. Para os filósofos gregos da antiguidade, prudência, justiça, fortaleza e temperança eram as virtudes fundamentais. O cristianismo classificou-as como virtudes morais e acrescentou mais três: fé, esperança e caridade.
O budismo se refere as "paramitas", virtudes gloriosas ou qualidades espirituais, como caridade, retidão, paciência, desapego, intrepidez e contemplação.
No século 4 ªC, o filósofo grego Aristóteles definiu a virtude como a disposição para fazer o bem. Disse também que o conjunto delas é um patrimônio de nós todos por expressar nossa capacidade de agir humanamente. Aristóteles enunciou uma receita que continua atual: as virtudes são atributos da vontade e precisam ser repetidas para se tornarem hábito.
"A família desempenha um papel fundamental neste processo, pois as virtudes são transmitidas na convivência diária".
Vamos conhecer as definições de algumas das principais virtudes e descobrir a importância de incorporá-las em nosso cotidiano.

Coragem- È a raiz para todas as nossas realizações. Ser corajoso não significa jamais sentir medo, mas acreditar, diante de uma dificuldade, que o resultado será favorável, mesmo sem ainda enxergar a solução. Também implica em ter a noção dos riscos: é edificante se arriscar por uma causa nobre, mas insensato fazê-lo por simples atração pelo perigo.
Honestidade- falar o que pensa e fazer o que se fala: essa é a essência de ser honesto. Também significa agir com integridade, coerência e honradez, expressando as verdades interiores.
Desapego- É a libertação de laços que nos prendem a bens materiais, pessoas ou situações, exagerando sua real importância. Essa virtude nos ajuda a deixar de lado os rótulos, a respeitar as diferenças e a não tentar impor nossas idéias e vontades.
Justiça- Uma das virtudes fundamentais, significa dar a cada um o que é seu por direito. O justo toma suas decisões baseados na integridade e imparcialidade.
Prudência- É a capacidade de discernir qual é o melhor caminho e os meios corretos para percorrê-lo. Permite ponderar se nossas ações vão nos conduzir ao bem e a realizações pessoais ou causar mal ou dano.
Temperança- É a virtude que assegura o domínio da vontade sobre os institos. Ela modera a atração pelos prazeres e mantém os desejos dentro de certos limites.
Paciência- Ser paciente significa esperar resultados sem ansiedade ou pressa, como a mãe que gesta seu bebê durante nove meses. Ela é um atributo dos sábios e tem que ser cultivada através da prática.
Fortaleza- Ela nos assegura firmeza na prática do bem, frente as dificuldades. Representa a capacidade de superar obstáculos, vencer o medo e encarar as provas que a vida coloca diante de cada um.
Felicidade- Qualidade interior que nos ajuda a resistir aos altos e baixos da vida. Por meio dela, nos libertamos das preocupações triviais. Segundo o Dalai-Lama, autoridade máxima do budismo tibetano, ela é o propósito da existência.
Amor- Ele nos predispõe a desejar o bem, sem esperar nada em troca. Por ele, rompemos as fronteiras individuais, nos conectamos e integramos a outras pessoas. Quando se ama, descobre-se o quanto a convivência é fundamental para a realização interior.

Manter a conduta reta em um cenário de individualismo e competição não é tarefa simples, mas necessária.

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