sábado

O "BUTECO" DA ALZIRA

Uma Crônica

Era escrito errado assim mesmo,”buteco”, mas ninguém estava preocupado com isso! Lá era lugar de beber, de relaxar depois de trampo duro nas fábricas do bairro. Ali a gente se entupia de cerveja, cachaça, e tira-gosto de todo quanto é tipo. E ainda fazia uma fezinha no bicho!
Mas a principal atração era a dona do lugar, Alzira, uma negra linda, nunca vi beleza igual em outra mulher! Seu sorriso enfeitiçava e secava a garganta, e a gente bebia, fazíamos graças e nos portávamos como palhaços, só pra fazer ela sorrir.
E ela sorria, se embriagava com nossos olhares enquanto rebolava sua maravilhosa bunda vindo de lá pra cá, e indo daqui pra lá!
Apaixonei-me!
Mas era moleque pra ela! Alzira era vivida, separada de marido, com dois filhos criados e se preparando pra ficar sozinha.
Mesmo assim cerquei, deixei meu desejo falar por mim e ele tramou contra ela, enfraqueceu suas forças, ela se rendeu.
Fizemos amor ali mesmo! No chão batido de terra, do barraco que ela chamava de buteco.
Alzira aumentou o barraco, fez um puxadinho e disse que era pra gente fazer amor.
Acreditei!
O puxadinho não ficou pronto! A prefeitura veio e derrubou o barraco que Alzira sempre chamou de buteco.
E ela sumiu!
Coisa estranha e gostosa acontece comigo agora quando me lembro de Alzira.
Foi meu primeiro amor!

3 comentários:

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  2. Saudações!
    Amigo Nogueira,
    Que Bom!
    São fatos simples marcados com amor que enriquecem as eternas recordações de bom gosto!
    Parabéns pelo texto!
    LISON.

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  3. Achei muito bem construida a cronica acho desenvolvida com fatos reais de sua vida ,para mim o genero cronica junto com os contos são otimas leituras.

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